Assembleia Nacional venezuelana escolhe possível sucessor de Hugo Chávez

Unknown | 16:04 | 0 comentários

Problemas de saúde do presidente Hugo Chávez lançam dúvidas sobre sua posse na próxima quinta-feira (10)




A Assembleia Nacional da Venezuela começa em breve sua nova legislatura, sob grande apreensão devido aos problemas de saúde do presidente Hugo Chávez, que lançam dúvidas sobre sua posse na quinta-feira.
Juristas vinculados à oposição venezuelana argumentam que se Chávez não assumir na data prevista, deve ser declarada 'ausência absoluta' do cargo. Legalmente, a ausência absoluta é declarada por morte, renúncia ou incapacidade física ou mental certificada por uma junta médica. Se isso ocorresse, o presidente da Assembléia Nacional ocuparia interinamente o cargo e deveria convocar eleições em 30 dias.
Na sessão deste sábado, o atual líder, Diosdado Cabello, será reeleito chefe da Assembléia, dominada por partidários de Chávez. Na ausência de Chavez, sob a interpretação daqueles juristas, seria Diosdado o novo presidente, a ocupar o cargo interinamente até novas eleições.
Considerado líder da ala conservadora e militar do chavismo, Cabello era um dos candidatos a 'herdeiro' político do presidente venezuelano, antes de que Nicolás Maduro fosse apontado por Chávez como sucessor.
Outra interpretação
Na sexta-feira, o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que a posse do novo mandato de Hugo Chávez é apenas um 'formalismo' e que o presidente - em recuperação em Cuba - poderá assumir o novo período para o qual foi reeleito em uma nova data que deve ser combinada com o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
A declaração do vice praticamente elimina a possibilidade de Cabello assumir o comando do país.
Isto porque, emboras o artigo 231 da Constituição estabeleça que o presidente eleito deve tomar posse no dia 10 de janeiro, o governo - na figura de Maduro - se orienta na segunda parte do artigo, que é ambigua e estabelece que 'por qualquer motivo inesperado' o presidente eleito pode ser juramentado pelo Tribunal Supremo de Justiça, sem especificar a data ou lugar da cerimônia.
'O presidente tem na Constituição as bases para defender seu mandato', afirmou Maduro, em entrevista transmitida pelo canal estatal na noite da sexta-feira.
A última palavra será do TSJ, cujos magistrados foram apontados pela maioria chavista do Parlamento. Se a interpretação da Suprema Corte coincidir com o Executivo, na prática, nada mudará e o atual gabinete constituído permanecerá exercendo suas funções, enquanto o presidente convalesce em Cuba.
Maduro disse que 'mais cedo do que tarde', Chávez voltará à Venezuela.
Oposição
Dirigentes da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) pedem que seja declarada a 'ausência temporária' do presidente, lapso que permitiria ao presidente interino governar por 180 dias antes de convocar novas eleições. A manobra indica que a oposição prefere ganhar tempo para enfrentar novas eleições, já que a coalizão voltou a sofrer fissuras internas após a derrota nas eleições presidenciais.
'À realidade de hoje, 4 de janeiro, nenhuma dessas causas (para falta absoluta) pode ser acionada pela oposição', disse Maduro.
O vice-presidente argumenta que ainda está em vigor a autorização que o Parlamento outorgou a Chávez, em dezembro do ano passado, para ausentar-se por até 90 dias para a realização da cirurgia. ' (A oposição) pretende que nós demos um golpe de Estado contra o presidente Chávez, é isso o que estão chamando', disse.
Dirigentes do governo já vinham ventilando que considerar que Chávez já está no exercício de seu mandato seria a saída para resolver o imbroglio constitucional gerado pela ausência do líder venezuelano.
'Esqueçam o 10 de janeiro. O povo já decidiu em 7 de outubro. O presidente da República é Hugo Chávez, e a vontade do povo deve ser respeitada', disse Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional e número dois do partido governista PSUV, em referência à eleição presidencial de outubro.
Internado em Havana há 24 dias, após enfrentar uma hemorragia em sua quarta cirurgia no período de um ano e meio para combater o câncer, o estado de saúde de Chávez continua delicado. De acordo com o governo, o líder venezuelano sofre uma insuficiência respiratória provocada por uma 'severa' infecção pulmonar.
Fonte: R7

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